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Robô Philae da missão Rosetta faz pouso histórico em cometa

Imagem do robô Philae, que vai coletar amostras do cometa 67P

O robô Philae pousou na superfície do cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, nesta quarta-feira (12), às 14h03 (horário de Brasília), a aproximadamente 500 milhões de quilômetros de distância da Terra. O pouso foi confirmado pela Agência Espacial Europeia (ESA), em Darmstadt, na Alemanha. Pelo Twitter, a agência anunciou: “Estamos no cometa”. Trata-se de um feito inédito na história da exploração espacial, que permitirá aos cientistas ter mais informações sobre a origem da vida na Terra.

A missão Rosetta lançou ao espaço uma sonda e um robô em 2004. A aeronave percorreu cerca de 6 bilhões de quilômetros para se encontrar com o cometa. O robô Philae é um laboratório miniaturizado que enviará dados para os cientistas da agência espacial em Terra, até o final da missão em dezembro de 2015.

Para comemorar o sucesso na operação, Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da Agência Espacial Europeia, afirmou que o trabalho foi “um grande passo para civilização humana e que fará diferença na história da ciência”.

O diretor completou seu discurso agradecendo sua equipe: “O maior problema do sucesso é que ele faz parecer que a missão foi fácil. Porém, sabemos que só com muito trabalho, dedicação e profissionais excelentes de diversos países conseguimos chegar aqui. O sucesso não vem do céu, vem do trabalho duro. Somos os primeiros a fazer isso e ficaremos na história para sempre.”

Após dez anos no espaço, a sonda Rosetta, que custou à agência o equivalente a R$ 4 bilhões, conseguiu “alcançar” o 67P em agosto e iniciou seu voo ao redor do cometa para conferir sua superfície e descobrir o melhor lugar para seu robô Philae pousar. O cometa possui um formato irregular, semelhante ao de um patinho de borracha, que tornou mais difícil a missão dos engenheiros da Agência Espacial Europeia de buscar uma área e escolher a melhor maneira de fixar o robô à superfície irregular e esburacada. Pela estimativa dos cientistas, o cometa orbita em torno do sol a uma velocidade de 135.000 km/hora.

Com tamanho semelhante ao de uma máquina de lavar roupas e pesando 98 quilos, o robô foi programado para pousar em uma área de um quilômetro quadrado, que foi batizada pelos cientistas de Agilkia.

Dotado de um mecanismo de fixação em suas pernas, o robô deveria lançar harpões na superfície do cometa, que o prenderiam ao cometa. De acordo com as informações iniciais no centro de controle e confirmadas pelo Twitter, o mecanismo falhou e consequentemente o robô não está muito estável sobre o cometa. Os cientistas estudam a possibilidade de tentar acionar novamente o sistema de harpões.

A missão Rosetta poderá dar início então à coleta de dados que, há dez anos, só poderia ser sonhada. Dotado de vários mecanismos, o robô coletará amostras do solo, fará análises e enviará fotos do núcleo –à medida que o cometa 67P continuará expelindo poeira e gelo em sua jornada rumo ao Sol.

Essas informações ajudarão os cientistas a concluir se foi o bombardeio de cometas há bilhões de anos que teria trazido água e moléculas orgânicas simples para a Terra, abrindo caminho para a vida em nosso planeta.

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Sonda Rosetta chega a cometa em busca de pistas sobre “origem da vida”26 fotos

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12.nov.2014 – Ilustração divulgada pela ESA (agência espacial europeia) mostra o pouso do robô Philae, da missão Rosetta, no cometa 67P. O robô vai coletar amostras, fazer análises e tirar fotos do cometa que serão enviadas para a central da ESA, na Alemanha. Os cientistas esperam coletar informações sobre a formação da vida ESA/ATG medialab

Problema no pouso

Durante verificações prévias sobre a saúde do robô, os cientistas descobriram que um sistema de descida, responsável por dar um impulso para evitar um rebote no momento da aterrissagem, não estava funcionando perfeitamente.

No entanto, isso não impediu a aterrissagem, já que o trem de pouso absorveu as forças do desembarque, enquanto parafusos localizados em cada um dos pés do Philae e um sistema de arpões funcionou com sucesso e travou o robô na superfície do cometa.

Celebração

O primeiro sinal enviado por Philae demorou meia hora para viajar pelo espaço e chegar ao centro de controle da operação. Os cientistas gritaram e aplaudiram diante das cãmeras instaladas em Darmstadt, na Alemanha, que transmitiam ao vivo. “Podemos confirmar que o robô pousou”, anunciou minutos após Stephan Ulamec, gerente de pouso no Centro Espacial da Alemanha. “Philae está falando conosco. Philae está no cometa”.

Falando sobre o sucesso da aterrissagem do robô Philae no cometa 67P, o CED da Agência Espacial do Reino Unido, David Parker, afirmou que até agora, esse tipo de operação só seria imaginada em filmes de ficção-científica. “Hollywood é legal, mas Rosetta é melhor”.

O ator norte-americano William Shatner, que interpretou no cinema e na TV o capitão Kirk, da série de ficção científica “Jornada nas Estrelas”, postou em seu Twitter: “Aterrissagem cofirmada pela equipe @Philae2014″, capitão!”

Alckmin diz que SP precisa de R$ 3,5 bi para enfrentar crise da água

  • Geraldo Alckmin concede entrevista coletiva no Palácio do Planalto (Foto: Filipe Matoso / G1)Geraldo Alckmin concede entrevista coletiva no Palácio do Planalto (Foto: Filipe Matoso / G1)

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (10) após reunir-se com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, que o estado precisará de R$ 3,5 bilhões para a construção de oito “grandes” obras que servirão a partir de 2015 para o enfrentamento da crise do abastecimento de água na região.

    Sem chuvas neste domingo (9), o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, registrou nova queda nesta segunda, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e passou de 11,4%, para 11,3%.

    “O que nós propusemos ao governo federal foram novas obras, oito obras, e o valor dessas obras será de R$ 3,5 bilhões, o orçamento total das obras. […] O governo de São Paulo precisará do máximo que [o governo federal] puder. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento,” disse o governador.

    De acordo com Alckmin, um grupo de trabalho foi criado para que a União e o governo estadual possam se reunir para discutir como se daria o repasse dos recursos federais a São Paulo, para quais obras e os valores. O colegiado, segundo afirmou, se reunirá na próxima segunda-feira (17) pra discutir o assunto.

    ‘Repasse depende de estudos’
    A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, não confirmou se o governo federal irá repassar toda a verba pleiteada por São Paulo. Segundo ela, o valor dependerá dos estudos a serem apresentados na semana que vem sobre cada uma das obras.

    “Não se discutiu o montante de recursos nessa reunião. Muito comum a presidente dizer que depende da importância das obras a serem realizadas. Se, nessa conversa direta, estiverem claras as importâncias dessas obras, poderemos até apoiar tudo, mas isso vai depender dessa discussão”, disse Miriam.

    Ela explicou que ainda não se discutiu a origem do dinheiro que seria repassado. “Uma parte [da obra apresentada] sequer projeto tem, então o desembolso não é de curtíssimo prazo”, justificou. De acordo com a ministra, a presidente Dilma “viu com bons olhos o conjunto das obras”. No entanto, afirmou, será preciso “uma conversa mais aprofundada para que ela bata o martelo no que o governo federal ajudará São Paulo”.

    Geraldo Alckmin apresentou as oito obras que são necessárias para a região: interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari; construção de dois reservatórios em Campinas; adução dos reservatórios; Estação de Produção de Água de Reuso (EPAR) Sul de São Paulo; EPAR Barueri; interligação do Jaguari com o Atibaia; interligação do Rio Grande com o Guarapiranga; e poços artesianos no Aquífero Guarani.

    A jornalistas, Alckmin afirmou no Palácio do Planalto ter apresentado à presidente, além das oito obras necessárias para o estado, os sete sistemas de abastecimento de água existentes na região. Segundo o governador, duas obras devem ser entregues em 2015 e as demais, em até três anos.

    O governador voltou a afirmar que não há racionamento de água na região e que o abastecimento está garantido para o ano que vem.

    “Não há esse risco [de racionamento]. Nós já temos repetido isso desde o início do ano, nós temos em São Paulo um sistema extremamente forte e nós nem entramos na segunda reserva técnica do Cantareira”, afirmou.

    Período eleitoral
    Questionado sobre se houve “mudança de posição” do governo estadual ao procurar a União após o período eleitoral para discutir a crise do abastecimento de água em São Paulo, Alckmin afirmou que não, e disse que ao longo dos últimos quatro anos foram feitas “inúmeras parcerias”.

    “É nosso dever, numa república federativa, como é o Brasil, trabalharmos juntos e sermos parceiros. O dinheiro é do contribuinte. Nós estamos discutindo desde o ano passado. A realidade é que nós já temos, através da Sabesp e da Caixa Econômica Federal, inúmeros financiamentos. A Sabesp tem uma capacidade de investimento grande, a parceria não é novidade”, ressaltou.